12 badaladas, 12 passas, 12 desejos!
Pedir desejos é bom! Resgata a esperança. Ajuda a
configurá-la. Mas não, não chega para conquistar o futuro. Os desejos precisam
de ser polidos, acarinhados, construídos. Precisam de ser transformados em projetos viáveis.
Sim, desejar é bom! Tenho para mim que os desejos
genuínos, em boa verdade, nunca são irrealizáveis! Ganhar o euromilhões, um Óscar ou um Nobel não serão bem desejos. Comprar
um castelo na Escócia ou uma ilha no Pacífico não serão bem desejos. Desejos megalómanos não serão
bem desejos. Servirão, quando muito, como refúgio mágico para quem,
tolhido pelo medo, se recusa a sonhar o futuro. Tenho para mim que desejar
para lá do impossível não será tão diferente assim (ainda que por linhas
travessas) de poupar nos desejos para poupar nas desilusões.
O desejo (tal como o vejo) será, assim, uma espécie
de ligação, pela esperança, entre o imaginário e as possibilidades que a realidade
oferece. Numa espécie de dois em um, será o caminho mais efetivo para agarrar o
futuro, servindo, ao mesmo tempo como vacina que ajuda a metabolizar a
desilusão: uma dor condensada num falhanço (a partir do qual é possível tirar
ilações e crescer com a experiência) será, tenho para mim, mais facilmente
metabolizável do que a dor difusa, mas omnipresente, de quem, invariavelmente,
não vai a jogo (evitando desejar ou precipitando-se numa catadupa de desejos
megalómanos).
Um 2020 cheio de desejos!
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