Vinha correndo bem a vida ao jovem Inácio. Os contratos avultados de exportação que conseguiu fechar aceleraram-lhe o futuro promissor na gestão. Mas a ascensão meteórica está agora entalada. No 1º semestre do ano, não conseguiu um único novo cliente internacional. Não, não perdeu a visão estratégica nem o tato para o negócio. Mas as horas antes das reuniões com os clientes passaram a ser ocupadas por 1001 estratégias para não ter de lhes apertar a mão. As horas depois, com 1001 estratégias para que ninguém percebesse que as ocupava, quase na totalidade, a lavar as mãos com tudo o que é desinfetante.
A promoção da saúde mental (através da psicoterapia, nomeadamente) é, antes de mais, uma questão de humanidade e equidade social – justificação muito mais do que suficiente para a implementação de uma estratégia integrada de saúde mental. Mas, na era em que tudo cabe num indicador económico, é bom lembrar o mais recente relatório da OCDE sobre esta matéria. Dele parece decorrer que os gastos com uma estratégia sustentada de promoção da saúde mental não são bem custos. Serão antes investimento com retorno. Às poupanças com baixas e prestações sociais, junta-se um aumento significativo da produtividade do trabalho. Nós não andávamos a precisar desesperadamente de fazer crescer o PIB?!
(Inspiração: http://www.oecd.org/employment/fit-mind-fit-job-9789264228283-en.htm)
Nota: Atendendo ao profundo respeito pela intimidade das pessoas que me dão o
privilégio de guardar as suas histórias e aos princípios deontológicos a que
estou vinculado (de sigilo, nomeadamente), como não poderia deixar de ser,
este, como todos os textos do blogue - sendo, por vezes, inspirado em histórias
reais - está muito longe de corresponder a uma descrição literal.
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