O otimismo faz bem à saúde! Mas,
por mais que todos gostássemos que assim fosse, o tão na moda “pensar positivo”
não acontece por decreto. E, por paradoxal que possa parecer, tenho para mim
que será tanto mais verdadeiro (ou, dito de outro modo, um verdadeiro sucedâneo
da esperança) quando mais abre espaço para a tristeza se manifestar – não para
passar a vida a choramingar num registo vitimizado, mas para “chorar” à séria
as perdas com que, mais tarde ou mais cedo, todos nos vamos confrontando. Não
deixando de ser importante nas mais variadas circunstâncias, a dada altura temo
que todo o discurso, muito em voga, sobre otimismo possa dar a ideia de que
“chorar” as perdas é quase um sinal de fraqueza! E é tudo menos isso: 1) será,
antes de mais, um selo de qualidade das relações interpessoais (ou não
precisássemos todos de um “colo” de qualidade certificada para nos deixarmos ir
abaixo); 2) talvez seja condição necessária para, partindo da elaboração das
perdas, fazer crescer, dentro de nós, um grito genuíno de “faz-te à vida” (… o
motor do empreendedorismo).
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