quinta-feira, 30 de julho de 2015

Porque é que as pessoas deprimem?

Abundam as explicações. Umas sublinham o papel de desregulações bioquímicas no cérebro. Outras – com as quais mais me identifico - relevam especialmente o papel das experiências e relações interpessoais. Claro que os neurotransmissores intervirão no processo. Não há muito como imaginar, à luz das neurociências do século XXI, que as experiências e as relações muito marcadas por mal entendidos, que nos fazem sentir mais ou menos abandonados, mais ou menos medrosos, mais ou menos incapazes, mais ou menos incompreendidos e mal-amados … não se reflitam na bioquímica nervosa. O mesmo acontecerá, naturalmente, com as experiências mais ou menos traumáticas. Mas, se as pessoas deprimem (ou, pelo contrário, se agarram à vida) também em função da qualidade das suas experiências e relações interpessoais, talvez não faça, de facto, muito sentido imaginar o tratamento da depressão (ou da ansiedade, por exemplo) à margem de um espaço que lhes permita, ao olhar para dentro, encetar um rearranjo sustentado de padrões relacionais.
(Inspiração: http://psychcentral.com/news/2013/05/29/hundreds-of-studies-back-benefits-of-psychotherapy-for-depression/55370.html)

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